Grizzly Bear e a lotaria

Faço parte daquele restrito grupo de pessoas que não se importava de ganhar o euromilhões (ou a lotaria, para os mais saudosistas), mas que nunca se deu ao trabalho de jogar. Mas o que o xiribi quer, diz ou faz agora é irrelevante - relevante é, confessamos, a capacidade de falar na terceira pessoa, que tem sido descurada agora que se tornou propriedade de jogadroes da bola; há que estimá-la.

Continuemos. O indie, de há uns anos para cá, tem conseguido marcar presença no maistream. É contra-senso, pateta e divertido, mas o indie também pode ser comercial. Agora são os Grizzly Bear, que em 2009 nos deram Veckatimest (Classificação: 7,5 gritos de ipiranga em 10), que têm uma música no anúncio da lotaria dos states. Basicamente é um vídeo de um tipo premiado em publicidade (Quem? Sei lá!), com uma tipa asiática (É gira? É) toda feliz porque ganhou milhões, ou vai ganhar, nunca se sabe que isto da publicidade é sempre uma alegria despegada. O vídeo é este. E ficamo-nos por aqui no que a revelações relativamente interessantes mas algo inúteis diz respeito. hoje é dia de greve. Fujam.

MIA

A guerra é feita de batidas violentas, ritmos estrambólicos, arrogância sincera e simultaneamente desmedida. A música também é guerra. Não precisa de tiros, apenas de ameaças. A electrónica também é punk, não precisa de correntes, apenas agressão. A guerra e a música juntas podem ser elegância. Aprendi tudo isto com MIA.

Há álbum novo a caminho. Há, também, vídeo novo, da autoria Romain Gavras, o mesmo realizador do brutal Stress, dos franceses Justice. Se houvesse vídeo da década era esse. Mas falamos sobre isso noutro altura. Agora é MIA. Born Free. O vídeo é qualquer coisa.

Está no site da garota: miauk.com

Dirty Dancing + ACDC + Iron Man =

A ouvir: Broken Bells

Epah não me apetece, hoje, fazer a critica ao cd. Mas é muita bom. É um conjunto porreiro de canções pop à homens. Chega de paneleirces como a Lady Gaga e outras merdas.

Fiquem com o single: The High Road

São Carlos

Não sou um conhecedor de Ópera; tampouco apreciador. Levei a namorada ver aquela ópera que estava haaaam, ali no coliseu (não me lembro porque AINDA estou a ouvir a you've changed da Sia - e não tentem ver o clip porque a mulher é horrível e ninguém quer que fiquem com uma bela canção estragada porque a gaja é feia), porque tinha bilhetes oferecidos. Ópera? Bora! Sempre fico mais culto e ainda vejo umas mamas. E fico mais culto. além de, bónus: as gajas gostam destas coisas, mesmo que não gostem de ópera. Gostam que um gajo as leve à Ópera.

Ok, era a Carmina Burana. Lembrei-me.

Anyways, eu não conheço ópera, eu não percebo nada de ópera, até queria perceber, e compro o Expresso. O semanário. O que é que isto tem a ver com eu ler jornais e não perceber nada de ópera? Tem tudo porra. Porque eu lia o Expresso como quem lê o Expresso: Começava na primeira página, ria-me um bocadinho, cartoon do antónio folheava, deixa ver o título da crónica do Miguel Sousa Tavares, folheava o jornal, via as gordas do caderno de economia, passava para a Única, WHATEVER! Lia aquela merda como um gajo normal.

Mas agora quando o Expresso chega a casa a primeira coisa que faço é rasgar o saco de plástico; sôfrego, tento folhear a Actual com as mãos a tremerem-me. E finalmente, chego à parte da Ópera, com o gajo que percebe muito de Ópera a malhar no São Carlos.

Volto a confessar que não percebo um cú de Ópera, mas meus prezados leitores, se sabe bem um bota-abaixo a um estilo de arte tão distinto como malta a cantar. O gajo destrói aquela instituição de uma maneira que até mete dó. Ai a nova ópera don giovanni? mamas e fodas e dildos por toda a parte e É UMA MERDA BOLA PRETA TOMA! Ai a Salomé? Podia ser boa SE A MALTA SOUBESSE CANTAR, BAM! BAM BAM BAM! Enrabados, ali. Dá-me muito, muito gozo. Cada produção do São Carlos é, invariavelmente, analisada, escrutinada, e leva bola preta ou uma estrela. Fui informar-me sobre isto: tenho um "amigo" que trabalha no São Carlos e vê as óperas à borla. Parece que é tudo verdade: é tudo uma grande merda.

Parece, portanto, agora, que alguém andou a ler as mesmas críticas que eu, e finalmente abriu os olhos: a Ministra da Cultura. Isto para mim é muito preocupante. Porque pode significar que as produções do São Carlos deixem de ser uma merda. E que, com isso, eu perca as minhas crónicas a destruírem a instituição de forma tão bela e crua e magistral.

E lá vou eu ter que começar pela crónica do Sousa Tavares (que é pior jornalista que o pai e pior escritor que a mãe - boa maneira de venceres na vida, meu!) outra vez.

A ouvir: Sia, You've Changed

Depois de meses infrutíferos a ouvir esta merda na Radar ás 3 e meia da manhã enquanto voltava de carro para casa aos Sábados à noite e sem saber o nome da canção ou da artista, apanhei a australiana e a sua grande malha nas interwebs.


E sim, podem sacar aqui.


(Amanhã: Vamos falar sobre Lost)

Daft Punk. Versão mãozinhas.

Quantas coisas tem o Youtube? Todas. Menos porno, é certo, e menos umas quantas coisas que violam direitos de autor. Mas de resto tem tudo, incluindo um vídeo da Harder, Better, Faster, Stronger, dos Daft Punk, com coreografia sui generis.

Belarmino, o boxeur

A descendência de Mão Morta terá de ser fabricada algures nas profundezas do Rio Styx. O fenómeno está por acontecer se se provar que é possível negar a imortalidade a Adolfo Luxúria Canibal e aos Mão Morta. Acredito que não. Mas, e se a descendência ainda não surgiu, podemos falar de quem se deixa influenciar sem se sujeitar à cópia barata. Linda Martini mostraram algum mérito ao início. Agora estão a voltar, segundo álbum on the making. E a primeira amostra é Belarmino.

Belarmino Fragoso é um Tarzan Taborda do seu tempo. Vadio de espírito; de corpo esculpido ao ritmo de pancadas suadas. Belarmino é personagem de vida real, homem demasiado honesto para se acreditar que existiu e que a sua história foi um dia contada. Belarmino foi também título de um filme de Fernando Lopes, de 1964, e é tratado como um dos primeiros da nouvlelle vague em Portugal. A França teve nouvelle vague, aceitamos essa afirmação de carácter histórico. Portugal teve vagas, umas mais novas do que outras. Estamos ainda por sentir que as nossas sobreviveram à bruta marginalidade. Mas o assunto é, ainda, Linda Martini e Belarmino. E Lisboa por Lisboa nunca se desencontra destes momentos.

O filme de 1964 sobre o boxeur, esse, nunca o vi. Um dia vou ver, é certo. Hoje não temos os Mão Morta. Temos outra banda que merece que se diga o seu nome. Hoje temos Linda Martini, o seu single, a sua Lisboa e o seu boxeur.

Belarmino:

Belarmino

Linda Martini | MySpace Music Videos

A ouvir: City And Colour

Ando um pouco viciado neste senhor - tanto que decidi e contei à minha namorada, numa noite qualquer, que ia começar a comprar hoodies e, quem sabe, deixasse crescer a barba no verão, just because. Dallas Green, o nome atrás de City And Colour, é um seu sinónimo. Descobri-o recentemente, há coisa de - mês e meio? Mês e meio talvez, por intermédio de uma amiga minha que, molhando os pés nas águas do post-hardcore, descobriu este projecto a solo. Diz-se que também é visconde no Myspace. Foi automático o amor, e não estava à espera, porque quanto mais envelheço, mais vou perdendo a capacidade de ficar verdadeiramente impressionado ao ponto da obsessão saudável de ouvir um álbum em repeat. Mas as surpresas acontecem. Podia ter posto aqui qualquer canção de City And Colour - desde os incríveis acústicos do álbum The Myspace Sessions, à Hello, I'm in Delaware (uma personal favourite), mas decidi-me, numa de não cortar os pulsos, pela Save your Scissors.

Gosto da voz dele. E a música faz-me outra vez sentir adolescente, aquele sentimento adolescente de querer e saber-se que iremos devorar o mundo inteiro, porque somos novos, ainda demasiados novos e já demasiado tudo?, algo assim. Já descobri muitas coisas boas em 2010. Mas este será o meu ano de Dallas Green.

MC Rapper Bruno apresenta-se ao mundo...!

"quero te por louca
beijar a tua boca
e depois oferecer-te um pudim
feito por mim"

"É raper, é raper, é raper, é raper"

Como diz um comentário no youtube "estavas bem era com uma pedra de marmore em cima"

Para os fãs de CSI

HORATIO CANE: O REI DAS "ONE LINERS"

(carregar na imagem para ampliar)

A ouvir: Lay Low, My Morning Jacket

Estava na Carbono há muitos anos e a segunda metade da música entra e pronto, um gajo não tem grande escolha não é, tem de comprar esta merda e pronto.

O i hoje faz serviço público.

Parabéns ao Luís Leal Miranda, que fez serviço público. Claro que por muito texto que se escreva nada justifica o injustificável (e não me venham cá fazer comparações com histerias de outros tempos. Histeria por Beatles era histeria por Beatles, porra. Música ainda é música).

É ler.

Epah querem um conselho de amigo?

Mas daqueles que me hão de agradecer para o resto das vossas vidas? Querem? Mesmo?
Então cá vai: vejam esta série!!

Preparem-se: essa série tem um par de tomates gigantes! As primeiras duas temporadas são apenas 20 episódios portanto vê-se muito bem. O xiribi que o diga. Chateei-o durante meses para ver a série "Sim, sim, tenho de ver" "Sim, sim, qualquer dia". Hoje está agarrado. É ou não é verdade, pah?

Qualquer dia, quando me apetecer e tiver mais tempo (a vida de engenheiro geofisico é bem mais movimentada do que imaginam) faço uma critica como deve ser à serie. Até lá fica a sugestão, VEJAM!

Desafio matinal

Vamos lá puxar por essas cabecinhas. Quem é esta senhora?

O vencedor ganha uma saudosa Bomboca!

diabos vs jesuses

Com alguma regularidade, a Total Film manda features que não lembram a ninguém e que são, tipo, quase sempre, tipo, fixes (isto costuma ficar melhor no singular).

Desta vez é Satanás vs. Jesus, uma battle royale (já agora, vejam o filme com este nome, é brutal; o dois levou-se muito a sério...) entre diabos e jesuses do cinema. Oh Yeah.

Vejam aqui.

Sunset Rubdown - Black Swan

Hoje apetece-me isto. O álbum é de 2009, o vocalista é o mesmo de Wolf Parade. E é muita bom.

Nine Inch Nails Não é Barulho

Aqui há uns dias atrás veio uma crise de rabetice aguda ao Papo Seco e decidiu que tava numa de ouvir músicas calminhas até o coração acalmar - foi como disse, rabetice das agudas. Passou aqui pelo Lissen' Up, topou o meu vídeo da Nanou 2, e ficou maravilhado. "Quero mais! Quero mais disto! Se não tens mais disto vou voltar ao meu chopin!" e o caralho.

Fiz-lhe a vontade, abri o ipod para inspiração, e mandei-lhe umas chansons quaisquer. Umas gostava, outras não, mas percebi logo que existia um padrão: O Papo Seco naquela tarde estava particularmente virado para coisas calminhas, mas de preferência sem vozes, poucas guitarras, bateria nenhuma, e pianinho esparso, mas não necessariamente coisa tristonha. Mal topei a cena mandei-lhe umas malhas do Ghosts, dos Nine Inch Nails, e ainda umas do All That Could Have Been, também da mesma malta. A pergunta que se seguiu foi "então mas Nine Inch não era só barulho e merdas pesadas?" Esta pergunta faz-ma muita gente. Nine Inch para mim veio tarde - só em 2008 é que verdadeiramente os descobri - mas posso com segurança dizer que são uma banda com profundidade suficiente para ultrapassarem facilmente os rótulos de Industrial e outros que o valham. Nine Inch é só fixe; é o tipo de banda que tem coisas para todos os gostos(até para um ataque de rabetice assim do nada a meio de uma tarde que, sejamos honestos, pode dar a qualquer um de nós. Somos homens porra). Daí que tenha pensado numa música porreira para deixar aqui à malta do Lissen' Up que seja suficientemente boa e acessível, e que ao mesmo tem encapsule o que são os Nine Inch Nails.

E porra, essa música só podia ser uma (principalmente com ESTE clip).

Aqui vos deixo com discipline.