segunda-feira, 29 de março de 2010

Crítica: KICKASS



Meus filhos, o que temos aqui é a BD que vai dar o mote ao melhor filme de super-heróis de 2010 comprada e lida há umas semanas porque quis esperar pelo paperback porque queria absorver de uma assentada toda a hiperviolência sem vergonha que o Millar me podia mandar à cara com a ajuda de um dos melhores ilustradores na Marvel para esse tipo de tarefas: John Romita Jr.

Confesso que esperava algo diferente, na verdade. Esperava, sei lá, um puto qualquer a dar porrada com bastões em malta só porque sim, um puto a partir dentes e a morder tomates saindo, no final, vitorioso ou coisa que o valha; esperava team-ups com gags suficientes para me rir com cada cabeça decepada ou membro partido.

Mas, sinceramente, não estava preparado para o que era kickass: esta merda é só mesmo uma coisa: violenta. Sem piadinhas nem finais felizes, é só mesmo violenta pa caralho! Ok, temos um puto que está tão aborrecido que provavelmente adormece a meio de uma punheta; o puto lê bds e passa-se dos carretos porque, tipo, quer ser um super-herói, do nada, acha só uma boa ideia. E então torna-se num. Este é o plot. Pelo meio temos pancada à mistura, tomates fritos, miúdas de dez anos a snifar coca, cabeças rebentadas em planos de imagem privilegiados, bastonadas nas trombas, e muito, muito sangue. As imagens são um deleite, as cores mais gritty do que o que estava à espera, que contribuem para o carácter mais soturno que o esperado da história, e a história, bem, a história é a do Mark Millar, o gajo que nos deu o maior festival de porrada, provavelmente, da última década com os seus Ultimates 2 (o capitão América a enfiar uma espada no peito de um gajo; o hulk a arrancar os braços a outro; uma quadruple-spread de uma cena de batalha que demorou 3 semanas a ser feita), e a civil war, com o seu excelente sentido de pacing. Não dá para falhar.

Meus senhores: kickass não pretende ser mais nada do que o título sugere. É só um festival de porrada, sem vergonha, shameless mesmo, com uma ideia bem sólida de contar AQUELA história e de quebrar as barreiras do bom senso e da decência. A verdade é esta: a malta que lê bds ás vezes gosta de ver e ler uma boa porrada. Porque é que o homem aranha salta de telhado em telhado durante 4 ou 5 páginas, fala com a tia may umas outras duas, sai pa jantar com gajas outras três, e depois só troca um par de murros com o electro? às vezes um gajo quer MAIS. Quer porrada. Desenhada e apresentada como tal. E Kickass está aqui para nos fazer a vontade de ver violência, crua, dura, e fixe. Fixe. E chega. Como tal, leva

quatro pares de tomates em cinco pares de tomates possíveis.

3 comentários:

xiribi disse...

fuck yeah.

S. disse...

tão bom, tão bom, tão bom, tão bom. jasus, tão bom!
é só porrada. é hardcore. e é genial.

Capitão Ganso disse...

senhoras e senhores, a minha namorada.